terça-feira, 29 de outubro de 2013

OS NOVOS MÉTODOS DE RACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO

As exigências de produzir mais e mais barato, para obter maiores lucros, levam à reorganização do trabalho e dos processos de fabrico. 
Surgem as grandes linhas de montagem. 
O Fordismo pretende aumentar a produção e diminuir os tempos mortos, aplicando dois métodos de trabalho novos à linha de produção: 
  • Taylorismo segundo o qual o operário realiza apenas uma fase do processo de produção especializando-se num conjunto restrito de operações que realiza de forma automática e com grande destreza.
  • Estandardização segundo o qual são utilizados componentes iguais em vários dos itens fabricados, no sentido de reduzir os custos de produção mantendo a diversidade de artigos produzidos mas utilizando alguns componentes iguais. 
O Fordismo foi fortemente criticado no seu tempo sendo-lhe atribuídos grandes inconvenientes para o operário. Assim procurou-se compensar tais inconvenientes com o aumento do salário correspondente aos ganhos de produtividade e aumento de lucros resultantes deste novo sistema de produção. 


A ASCENSÃO DOS EUA

A guerra permitiu grande prosperidade aos Estados Unidos da América. 
A sua economia beneficiou da adopção generalizada do novo modelo de produção industrial e do relançamento da economia europeia. Os EUA tornaram-se o grande financiador das economias europeias nomeadamente a alemã permitindo-lhe o pagamento das reparações e indemnizações que eram devidas ao Reino Unido e à França.

PARA RELEMBRAR A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

O ambiente vivido antes da grande guerra: rivalidade económica e nacionalismos

  • No início do século XX, a Europa era um continente dividido e marcado por inúmeras rivalidades. Um dos principais motivos era a disputa das colónias. Em cada um dos principais países havia cenários diferentes:
  • Grã-Bretanha - era detentora de um grande império colonial e possuía um regime parlamentar apoiado por uma burguesia industrial extremamente poderosa e influente;
  • França - mantinha uma enorme rivalidade com a Alemanha, que nascera com a guerra Franco-prussiana em 1870/71.  Deste conflito resultou a vitória alemã e a perda da província da Alsácia-Lorena, uma importante fonte de matérias-primas industriais como carvão ou o ferro;
  • Alemanha - era a maior rival da Grã-Bretanha em termos económicos. Detinham também um grande poder industrial e financeiro. Neste país havia um profundo movimento nacionalista que defendia uma vida militar assente no expansionismo do estado germânico;
  • Austria-Húngria - a força do império Austro-húngaro assentava na organização e disciplina do seu exército, dominados por um monarca com um poder absoluto, o Imperador Francisco José;
  • Balcãs - tornaram-se um autêntico barril de pólvora devido ao clima de tensão em que se vivia. Em 1908 a Áustria-Hungria conquistou a Bósnia-Herzegovina que pretendia seguir a sua política expansionista procurando garantir a submissão da Sérvia;
  • Rússia - dominada pelo regime autoritário do czar Nicolau II, mantinha uma enorme rivalidade com a Áustria-Hungria pela posse da península Balcânica.


A política das alianças
  • O clima de rivalidade económica no continente europeu conduziu a uma corrida ao armamento por parte das grandes potências.

  • A ameaça de confrontos levou à constituição de alianças militares, através das quais os países se comprometiam a auxiliar-se reciprocamente em caso de ataque inimigo. Assim, em 1882 foi formada a Tríplice Aliança, assinada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. Em 1907, formou-se a Tríplice Entente, constituída pela França, Grã-Bretanha e Rússia.

  • A Tríplice Aliança (a verde) e a Tríplice Entente (a cor-de-rosa) eram, assim, duas alianças militares e políticas opostas.

  • Esta política de alianças manteve uma relativa estabilidade no equilibro europeu, mas não evitou a corrida aos armamentos. Vivia-se nesta época um clima de paz armada, pois qualquer incidente poderia comprometer esse frágil equilibrado.

O início da grande guerra: atentado de Sarajevo
  • No dia 28 de Junho de 1914, ocorreu um incidente que despoletou a I Guerra Mundial: o atentado de Sarajevo.

  • Gavril Princip era um estudante, de nacionalidade sérvia e destacado dirigente de uma sociedade secreta de cariz nacionalista intitulada “MÃO NEGRA”, cujo principal objectivo era lutar contra a soberania austro-húngara. O arquiduque Francisco Fernando era o príncipe herdeiro da coroa austro-húngara. Juntamente com a sua esposa foi assassinado á queima-roupa por Gravil Princip em plena via publica após ter assistido a uma sessão solene no edifício Sarajevo.

  • O imperador Austro-húngaro, Francisco José, não se conformou com a perda do seu herdeiro, exigiu explicações ao governo Sérvio, pois os seus conselheiros desconfiavam dos serviços secretos da Sérvia no atentado de 23 de Julho de 1914. Preocupados com o atraso da formalização da acusação a Gavril Princip, a Áustria-Hungria fez um ultimato à Sérvia, exigindo chamar a si as responsabilidades pela condução do inquérito do atentado.

  • Perante a recusa da Sérvia, no dia 28 de Julho a Áustria-Hungria declarou-lhe guerra. Dois dias depois, a Rússia, tradicional aliada da Sérvia entra em acção e declarou guerra à Áustria-Hungria.

  • Nos dois dias seguintes foram formadas as alianças militares sucedendo-se as declarações de guerra. Em Agosto de 1914, a Alemanha movimentou-se e invadiu a Bélgica e posteriormente a França. Iniciava-se assim a 1ª Guerra Mundial. 

O primeiro conflito mundial
  • Os países inicialmente envolvidos na guerra pensaram que esta iria ser curta: os Aliados (países da Tríplice Entente) contavam com a superioridade numérica dos seus efectivos; as Potências Centrais (Tríplice Aliança) confiavam na superioridade técnica do seu armamento. Numa primeira fase, os dois blocos confrontaram-se em três frentes:
  • a frente ocidental, do Mar do Norte até à Suíça;
  • a frente balcânica, do Mar Adriático ao Império Otomano (actual Turquia);
  • a frente leste, que se estendia do Mar Báltico até ao Mar Negro.

  • A I Grande Guerra prolongou-se de 1914 até 1918, arrastando consigo 8 milhões de mortos e muita devastação. Dividiu-se em várias fases.

Primeira fase: Guerra dos Movimentos (1914-1915)
  • Após as declarações de guerra da Alemanha à Rússia e a França a 1 e 3 de Agosto de 1914 respectivamente, a mobilização dos soldados alemães foi feita na presunção de que o conflito seria breve. O plano de ataque alemão baseou-se numa estratégia de ataque - surpresa com a intenção de invadir a França, passando primeiro pelo Luxemburgo e pela Bélgica.

  • Foi uma «Guerra-Relâmpago»: Os alemães avançaram fortemente na frente ocidental e a 6 de Setembro encontravam-se já a 60 Km de Paris. É então que se dá a Batalha do Marne, em que as tropas francesas lideradas pelo general Joffre conseguiram travar o avanço em massa dos Alemães, obrigando-os a recuar.

Segunda fase: Guerra das Trincheiras (1915-1917)
  • Para conservar as regiões ocupadas nas mais diversas frentes, os exércitos abriram trincheiras: longas valas rodeadas por arame farpado onde os soldados se protegiam.

  • Esta nova fase era marcada por condições muito duras: os soldados tinham que viver rodeados por más condições de higiene, ratos, lama, chuva e frio. Frequentemente, estavam sujeitos a ataques de artilharia e de gases asfixiantes.

  • A guerra das trincheiras prolongar-se-ia até 1917. Ao longo deste período, os avanços foram pouco significativos, mas travaram-se combates devastadores como a Batalha de Verdun em 1916 que resultou em 600 mil mortos.

Armas e outras tecnologias utilizadas
  • Durante a 1ª Guerra Mundial foram utilizados pela primeira vez novos tipos de transportes e de armas. Quanto aos transportes, foram utilizados os tanques, os submarinos, os aviões e automóveis para o transporte dos soldados. Quanto às armas, foram utilizadas as metralhadoras, os canhões, gases asfixiantes (os quais podiam ser evitados através das máscaras de gás) e alguns novos explosivos.

  • Também foram utilizados alguns novos aparelhos úteis, tais como o telégrafo e o telefone, os quais serviam para a comunicação dos soldados.

  • Os diferentes sectores foram desenvolvidos para ajudar nas inúmeras despesas militares e, além disso, foram usadas algumas línguas globais para facilitar a comunicação entre os países aliados.

A terceira fase: a entrada dos EUA
  • Depois de uma fase de impasse, entramos na fase final da guerra. Esta fase ficou marcada pela entrada dos Estados Unidos e pela saída da Rússia.

  • No início do conflito os E.U.A. forneciam ao exército aliado, armamento, munições e alimento. Contudo a 6 de Abril de 1917 após o ataque de submarinos Alemães a navios Americanos, os E.U.A declararam guerra à Alemanha.

  • A entrada do EUA no conflito, trouxe uma nova motivação aos soldados aliados e contribuiu para desequilíbrios nas forças no campo da batalha devido ao grande poder financeiro e militar dos Americanos.

Portugal na I Guerra Mundial
  • A I Guerra Mundial trouxe consequências nefastas para o nosso país, fazendo desacreditar o regime republicano. Estas fizeram-se logo sentir no início da Guerra, a moeda saiu de circulação e houve uma grande subida de preços. Como se não bastasse, Portugal via-se obrigado a participar na I Guerra Mundial, não só pela velha Aliança com a Inglaterra mas também para defender as suas colónias que começavam a ser atacadas pela Alemanha.

  • A participação na Guerra traria consequências irreversíveis para o nosso país, e disso ninguém tinha dúvidas, mas era também importante ficar ao lado da Inglaterra nas decisões pós-guerra, para poder preservar as suas colónias.

  • A incursão de Portugal na Guerra ocorre em Fevereiro de 1916 em que Portugal apodera-se dos navios alemães presentes nos seus portos. O nosso país junta-se aos aliados e em Janeiro de 1917, milhares de soldados são enviados para a frente francesa.

  • A 9 de Abril de 1918, em La Lys, os militares portugueses vêm-se esgotados e sem apoio frente a oito divisões alemães, o insucesso era óbvio e milhares de militares foram mortos ou feitos prisioneiros.

  • A Guerra termina e o Tratado de Paz fora assinado e Portugal permaneceria com a posse das suas colónias africanas, mas os danos provocados pela Guerra tinham sido irreparáveis.

  • Agravara-se a situação económica, e isso levaria a uma maior agitação social, devido ao número de mortos, á falta de alimentos, à repressão de liberdades e ao ressurgimento de algumas ideologias monárquicas.

O fim da guerra
  • A 11 de Novembro de 1918, é assinado o Armistício: a Alemanha rende-se. Em Junho de 1919, é assinado o Tratado de Versalhes onde se traça um novo mapa político.

  • Terminada a guerra, convocou-se para Janeiro de 1919, em Paris, uma conferência de paz com o objectivo de celebrar acordos e tratados com os países vencidos. O mais importante dos Tratados de Paz foi o Tratado de Versalhes, assinado no Palácio de Versalhes a 28 de Julho de 1919 e imposta aos países derrotados. A Alemanha foi obrigada a assinar este tratado e a aceitar cláusulas humilhantes, nomeadamente a redução das suas forças armadas a um pequeno exército defensivo, abandono de todas as suas colónias a favor dos Aliados, a restituição de Alsácia-Lorena à França e o pagamento de pesadas indemnizações de guerra.

  • De Versalhes resultou também a elaboração de um novo mapa político europeu. O Império Austro-húngaro foi desmembrado dando lugar ao aparecimento da Checoslováquia, da Hungria e da Polónia, saíram outros novos estados como a Jugoslávia, a Finlândia, a Letónia, a Lituânia e a Estónia.

  • Politicamente assistiu-se a um regime de democracia parlamentar - sistema político em que o Parlamento, assembleia legislativa, onde se encontram representados as várias facções políticas, é o órgão principal. O governo assume perante o parlamento as suas responsabilidades.

  • Da assinatura do tratado de Versalhes, para além do novo mapa político, determinou-se também a criação da Sociedade das Nações (SDN), com sede em Genebra. Dela faziam parte, inicialmente, os 32 países vencedores da guerra e os 13 neutrais. Este organismo internacional propunha-se a:
  • assegurar a paz, resolvendo conflitos entre os Estados-membros através do diálogo e da diplomacia;
  • promover a cooperação económica e cultural entre as nações.


AS RIVALIDADES IMPERIALISTAS







A França impunha-se ao Império Alemão, o que se explica, por um lado, pela disputa da Alsácia e da Lorena (territórios perdidos para a Alemanha em 1871 - guerra franco-prussiana) e, por outro lado, pelo desenvolvimento alemão que retirou à França parte da preponderância económica que esta detinha sobre a Europa. Em contrapartida, a França conseguiu dominar grande parte do Norte de África.
O Império Russo opunha-se ao Império Austro-Húngaro, o que se justificava pela disputa da influência nos Balcãs. O Império Russo também se opunha ao Japão, pois as ambições russas no Extremo Oriente colidiam com o imperialismo japonês, o que acabou por provocar a guerra russo-japonesa (1904-1905), de que o Japão saiu vitorioso.
A tensão gerada por estas rivalidades económicas e políticas levou os Estados europeus a procurarem aliados:
1879 - Dupla Aliança (Alemanha e Áustria-Hungria);
1882 - Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália);
1907 - Tríplice Entente (França, Rússia e Grã-Bretanha).
A política de alianças era complementada por uma corrida aos armamentos.

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Em 1908 a Áustria-Hungria anexou a Bósnia-Herzegovina, gerando protestos da Sérvia, a qual pretendia desempenhar um papel influente nos Balcãs (panservismo).

Assassinato do herdeiro da Áustria-Hungria



Em 1914, quando o herdeiro ao trono austro-húngaro foi assassinado na Bósnia, a suspeita de que a Sérvia pudesse estar envolvida no acto levou o imperador Francisco José da Áustria-Hungria a declarar guerra à Sérvia. 
Era o fim da paz armada e o início da 1ª Guerra Mundial.

IMPERIALISMO E COLONIALISMO

O caso mais evidente de imperialismo e de colonialismo ocorreu relativamente à ocupação do continente africano.

Na Conferência de Berlim (1884-85), os chefes de Estado europeus repartiram entre si o território africano sem atender às fronteiras definidas pelos povos autóctones e impuseram o seu domínio a todos os níveis (económico, cultural, político, militar). Definiram que a colonização só poderia assentar no princípio da ocupação efectiva, isto é, já não bastava ter descoberto ou conquistado determinado território para ter direito a possuí-lo (direito histórico), era preciso que os países europeus mostrassem que eram capazes de "assegurar, nos territórios ocupados por eles no continente africano, a existência de uma autoridade suficiente para fazer respeitar os direitos adquiridos".


Caricatura da época alusiva à reacção inglesa relativamente à proposta apresentada por Portugal 



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