quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A DITADURA MILITAR E O AUTORITARISMO

Num contexto de ameaças e instabilidade, entre o caminho da revolução popular como o modelo da U.R.S.S. e o da ditadura semelhante ao da Espanha - Primo de Rivera - e da Itália - Mussolini -, os políticos e militares portugueses escolheram o da instauração duma ditadura (28 de Maio de 1926) do tipo do sul da Europa. As proximidades geográficas e vizinhanças ideológicas impuseram o rumo do autoritarismo.
O novo governo decreta o fim das liberdades individuais, dissolve o Congresso da República e extingue todas as instituições de inspiração liberal e democrática. (chegou ao fim a 1ª República e com ela a democracia parlamentar).

O DECLÍNIO DA 1ª REPÚBLICA




Consequência da participação na Guerra e dos seus efeitos económicos e financeiros, a instabilidade agravou-se com o crescimento da atividade sindical, greves e manifestações e a adoção de uma estratégia de sindicalismo revolucionário marcado pelo alastramento dos ideais comunistas. A fome, as doenças e a suspensão de pagamento de salários a diversos setores profissionais, os baixos salários e o desemprego implicaram o recurso das organizações operárias à sabotagem e ao terrorismo.
A guerra provocou também a instauração de dois períodos de ditadura: em 1915, Pimenta de Castro, e em 1917, Sidónio Pais. Sidónio governou durante um ano com grande apoio dos políticos mais conservadores, incluindo monárquicos e mesmo da Igreja. Depois da sua morte que coincidiu com o final da guerra, os monárquicos procuraram no início de 1919 aproveitar o clima de confusão e indefinição política para instaurarem a Monarquia do norte mas não o conseguiram. 
O parlamentarismo regressou mas com uma instabilidade acrescida. Afonso Costa foi para Paris e novos políticos surgiram mas sem conseguirem reencaminhar o país numa direcção coerente. A violência alastrou e impôs-se no quotidiano, principalmente em Lisboa. E o poder político, fragilizado, revelou-se incapaz de resolver os problemas.
Perante esta situação, os setores conservadores (destacando-se os mais poderosos grupos económicos e as altas patentes militares) receiam que Portugal siga a via do socialismo (triunfante em 1917, na Rússia). À semelhança do que acontecia na Europa, culpam o regime parlamentar de ser o causador de todos os males da República, aspiram por um governo forte, autoritário que ponha termo à instabilidade política e à agitação social e que defenda melhor os seus interesses de classe.

A PARTICIPAÇÃO DE PORTUGAL NA 1ª GUERRA MUNDIAL

A participação de Portugal na Grande Guerra provocou enorme desequilíbrio financeiro acentuando os problemas de carácter económico e social. Racionamentos de alimentos, inflação, desvalorizações monetárias, défice da balança comercial. 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A ASCENSÃO DAS IDEOLOGIAS AUTORITÁRIAS

Os anos após a guerra foram marcados por uma grande instabilidade política e mudanças radicais nas medidas tomadas pelo poder político e seus principais protagonistas. 
As dificuldades económicas, as graves consequências da guerra e as ideologias políticas produziram divisões por todo o mundo. Alguns factos mostram-nos esta tendência:
  • O Komintern ou III Internacional Comunista, existente em Moscovo sob a protecção do Partido Comunista da União Soviética, deu um grande impulso às lutas operárias e à contestação laboral que alastrava por todo o mundo capitalista, nomeadamente nos países mais afetados pela guerra. Formaram-se partidos comunistas em muitos países, em particular nos mais industrializados.
  • Na Alemanha, na Hungria e na Itália movimentos radicais de esquerda marxistas leninistas procuraram tomar o poder aproveitando-se das situações políticas caóticas em que os respetivos países saíram do conflito. Em Berlim, um movimento de contestação à Republica de Weimar acabou em banho de sangue com o assassinato dos líderes espartaquistas. Em Munique uma república soviética declarou independência do estado alemão, independência essa que durou um mês. Até 1920 vários movimentos espalharam a desordem e o caos social em várias regiões da Alemanha enquanto na Hungria um movimento chefiado pelos comunistas procurava implantar uma república marxista. Na Itália, greves, manifestações e desordens frequentes lideradas por ativistas comunistas tentaram implantar a ditadura do proletariado através da ocupação de fábricas e campos agrícolas sendo severamente reprimidos. Também em Portugal e noutros países europeus a vaga de contestação esquerdista (manifestações e greves) provocou o caos económico e político. 
  • Os movimentos de esquerda despertaram por toda a parte o medo de revoluções comunistas o que teve como resultado o extremar de posições e a implantação de regimes autoritários  em vários países da Europa e do Mundo. Na Itália Mussolini, na Espanha Primo de Rivera, em Portugal a ditadura militar e o Estado Novo. 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

PROPOSTA DE CORREÇÃO DO TESTE

GRUPO I

1.1 A - guerra mundial;  B - jazz;  C - cinema;  D - anos vinte;  E - rádio;  F - cultura de massas; E - de massas. (7)

1.2 Os mass media que contribuíram para a difusão da cultura de massas foram a imprensa, a rádio e o cinema (doc. 3). (2)

1.3 Nas primeiras décadas do século XX, a mulher adquiriu um novo lugar na sociedade ocupando postos de trabalho, muitos deles ocupados até à altura exclusivamente por homens (doc. 1), lutando pelos seus direitos civis e políticos, como o direito de voto (doc. 2), e exigindo um tratamento igual ao dos homens na política, na sociedade e na família. Acede à educação e movimenta-se nos círculos intelectuais e científicos bem como no mundo do espetáculo, das artes e na vida social (doc. 4). (20)

1.4 Após a I Guerra Mundial desenvolveu-se uma massificação dos costumes, gostos e ideias. É uma cultura de massas para a qual contribuíram largamente os mass media - imprensa, rádio e cinema - (doc. 3). Desenvolveram-se espaços de entretenimento onde se acedia a todo o tipo de bens de consumo, se esquecia as preocupações e as devastações provocadas pela guerra e onde se vivia intensamente (doc. 5), abandonando-se os antigos valores tradicionais da família, casamento e religião. (20)

GRUPO II

1.1 As correntes artísticas das pinturas apresentadas nos documentos são: Cubismo (doc. 1), Abstracionismo (doc. 2), Surrealismo (doc. 3) e Expressionismo (doc. 4). (4)

1.2 Esta questão dependia da escolha feita por cada um dos alunos. Deviam escolher uma das quatro tendências artísticas enumeradas na questão anterior e caracterizá-la sumariamente:
Doc. 1 - Cubismo: decomposição do espaço tridimensional e geometrização da realidade;
Doc. 2 - Abstracionismo: na sua vertente geométrica, apresenta-se uma pintura limpa, ordenada, desprovida de acessórios e inutilidades; exprime a função social da arte como realidade pura que apenas apresenta o essencial;
Doc. 3 - Surrealismo: projeção do inconsciente na obra de arte, explora o psiquismo do autor. Retrata o inconsciente do sujeito humano através de uma realidade alternativa;
Doc. 4 - Expressionismo: sobrevalorização das angústias da existência humana através da alteração das formas (bem patente na obra através da deformação do rosto humano). Utilização dramática dos tons fortes e de ambientes pesados. Rejeição dos modelos clássicos. (20)

1.3 A corrente artística que influenciou o autor na pintura apresentada no doc. 5 é o Cubismo. (1)

1.4 Os principais materiais utilizados na nova arquitetura modernista eram o vidro, o cimento e os elementos metálicos. (6)

1.5 Os principais objetivos da corrente arquitetónica funcionalista eram por um lado gastar menos dinheiro (numa época em que este não abundava na Europa - pós guerra) mas mantendo uma construção de boa qualidade. Para isso contribuiu a utilização de materiais menos dispendiosos, a utilização de coberturas planas e a ausência de elementos decorativos. Por outro lado, pretendia-se uma construção prática, funcional e eficiente que atendesse às necessidades quotidianas dos utilizadores, como a utilização de grandes janelas para aproveitar ao máximo a luz natural (doc. 6). (20)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

AINDA A CRISE DOS ANOS TRINTA

Para melhor entender a conjuntura vivida na época recomenda-se a leitura do livro "As Vinhas da Ira" (1939) do escritor americano John Steinbeck ou o filme com o mesmo nome, datado de 1940. 
Filmes mais recentes também focaram a temática da Grande Depressão, através de outros pontos de abordagem como "Cinderella Man" de 2005  ou "Cotton Club" (1984).

E AGORA? COMO RESOLVER A CRISE?

A MUNDIALIZAÇÃO DA CRISE

Os efeitos da crise alastraram por todo o mundo. Todos os países dependentes dos capitais americanos foram afetados pela retirada dos investimentos e capitais americanos em outros países nomeadamente na Europa, América do Sul e Oceania. 
Também os países dependentes do comércio e das exportações para os E.U.A. foram fortemente afetados pela crise e entraram também em crise económica devido à política proteccionista americana que aumentou as taxas sobre as importações. 
A conjuntura era deflacionista, marcada por:
  • queda dos preços
  • quebra da produção
  • diminuição do investimento e da produção. 
Os países afetados pela crise adotaram políticas restritivas: 
  • reduziram a concessão de crédito
  • aumentaram impostos 
  • reduziram ordenados 
  • desvalorizaram moedas
Mas os efeitos acabaram por ser ainda mais negativos pois retraiu-se a procura, o que dificultou a recuperação económica e criou mais obstáculos ao investimento e ao crescimento.

A GRANDE DEPRESSÃO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

A GRANDE DEPRESSÃO

Ao longo dos anos vinte, apesar da prosperidade evidenciada por diversos sectores da economia americana, havia outros que não se desenvolviam como esperado: a extracção de carvão, a construção ferroviária, os têxteis tradicionais e os estaleiros navais tardavam em desenvolver-se o suficiente e a ultrapassar a estagnação iniciada após o final da guerra. 
O desemprego aumentava, além dos baixos salários que em geral eram pagos aos assalariados que obrigavam grande parte da população a viver do crédito e das prestações para comprar todo o género de bens. Colheitas excedentárias  na agricultura provocavam baixos preços e queda dos lucros dos agricultores. 
Assim, largos sectores de actividade sobreviviam com recurso aos bancos e aos empréstimos, quer para ultrapassar dificuldades de tesouraria quer para manter um certo nível de despesa. 
Também os investidores accionistas atraídos pelos lucros que a compra e venda de acções gerava desenvolviam paralelamente essa actividade utilizando empréstimos bancários para o fazerem. Assim, a especulação bolsista aumentava (a bolha accionista...) apoiada nas expectativas do crescimento económico gerando valores das acções que não correspondia à real situação financeira de muitas empresas bem cotadas. 

Entre 21 e 29 de Outubro de 1929, o valor das acções começou a descer acentuadamente lançando o pânico em Wall Street e levando muita gente a vender as acções que subitamente não tinham compradores. Muitos investidores conseguiram vender em massa e o valor das acções dos pequenos investidores caiu a pique levando à insolvência milhares de pessoas que se tinham endividado na banca para investirem nas acções. De um dia para o outro os accionistas ficaram sem dinheiro e os bancos que lhes tinham emprestado também, o que provocou falências em muitas casas bancárias americanas. 
Outras consequências:
  • empresas faliram 
  • desemprego elevadíssimo
  • quebra no consumo
  • quebra dos preços
  • baixa da produção industrial 
  • baixa dos salários
Efeitos sociais: 
  • proliferação dos bairros de lata 
  • fome e pobreza extremas
Desenvolveu-se assim um longo período de crise a que se deu o nome de Grande Depressão