quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O DECLÍNIO DA 1ª REPÚBLICA




Consequência da participação na Guerra e dos seus efeitos económicos e financeiros, a instabilidade agravou-se com o crescimento da atividade sindical, greves e manifestações e a adoção de uma estratégia de sindicalismo revolucionário marcado pelo alastramento dos ideais comunistas. A fome, as doenças e a suspensão de pagamento de salários a diversos setores profissionais, os baixos salários e o desemprego implicaram o recurso das organizações operárias à sabotagem e ao terrorismo.
A guerra provocou também a instauração de dois períodos de ditadura: em 1915, Pimenta de Castro, e em 1917, Sidónio Pais. Sidónio governou durante um ano com grande apoio dos políticos mais conservadores, incluindo monárquicos e mesmo da Igreja. Depois da sua morte que coincidiu com o final da guerra, os monárquicos procuraram no início de 1919 aproveitar o clima de confusão e indefinição política para instaurarem a Monarquia do norte mas não o conseguiram. 
O parlamentarismo regressou mas com uma instabilidade acrescida. Afonso Costa foi para Paris e novos políticos surgiram mas sem conseguirem reencaminhar o país numa direcção coerente. A violência alastrou e impôs-se no quotidiano, principalmente em Lisboa. E o poder político, fragilizado, revelou-se incapaz de resolver os problemas.
Perante esta situação, os setores conservadores (destacando-se os mais poderosos grupos económicos e as altas patentes militares) receiam que Portugal siga a via do socialismo (triunfante em 1917, na Rússia). À semelhança do que acontecia na Europa, culpam o regime parlamentar de ser o causador de todos os males da República, aspiram por um governo forte, autoritário que ponha termo à instabilidade política e à agitação social e que defenda melhor os seus interesses de classe.

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